quarta-feira, 2 de abril de 2014

29 de março: Data Histórica da luta pela moradia no Paranoá e região



Neste sábado, 29 de março, o Paranoá vivenciou a efetivação de uma demanda popular histórica: a Expansão do Paranoá. E, o que é melhor, nos moldes do verdadeiro DIREITO A CIDADE!


No âmbito do Minha Casa Minha Vida faixa 1 (0 a 3 Salários mínimos), o
A luta histórica dos movimentos populares vira realidade
Paranoá Parque já tem escritura e infraestrutura de água, luz e asfalto implantada, além de espaços destinados para aparelhos públicos de educação, saúde, assistência social e segurança. Planejados para atender um quantitativo que vai além dos novos moradores, estes aparelhos públicos atenderão parte da demanda reprimida da região. Assim, são um adianto para outra demanda histórica: a regularização da cidade do Paranoá, já que uma das condições pra regularizar é ter infraestrutura social.


O Paranoá começa como Vila, fruto da luta por fixação dos trabalhadores que construíram a barragem do Lago Paranoá, e indesejada para o governo da época, do biônico Joaquim Roriz. Nesse processo, a Associação de Moradores, primeiro, e o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (CEDEP), depois, tem muito a dizer. Depois de muito tentar a remoção, sem sucesso, Roriz muda a tática. Com medo de outra Vila Telebrasília*, dá uma guinada de 180 graus e a doação de lotes sem planejamento, infraestrutura social nem escritura foi o modo de cooptar moradores e desagregar o movimento popular. A partir daí, a “Expansão do Paranoá” vira demanda e, logo, promessa eleitoreira dos governos de turno.



Assinando a faixa, além da CMP, movimentos parceiros e filiados:
CEDEP; Associação de Catadores Recicla+BRASIL; Associação
de Skatistas do Paranoá e Itapoã; e Banco Comunitário Itapoã.
Com o Paranoá Parque e o Riacho Fundo II, além do já encaminhado Itapoã Parque, sabemos que o compromisso do governo Agnelo com a moradia digna está firmado e já se transforma em realidade. Porém, as empreiteiras ainda mantém grande poder de pressão, de fora, e também de dentro dos programas habitacionais. E são as empreiteiras contratadas pelo Programa Morar Bem, do GDF, que estão obrigadas a entregar as construções de aparelhos públicos nos empreendimentos habitacionais. Daí que o compromisso da Central de Movimentos Populares, ao qual conclamamos todos os movimentos sociais e partidos comprometidos com o Direito Integral à Cidade, é o de fiscalizar e pressionar as empreiteiras no sentido da construção, o quanto antes, dos aparelhos públicos educacionais, de saúde, segurança, assistência social, esporte e lazer previstos pelo projeto do Governo Agnelo, e com a mesma qualidade das unidades habitacionais já entregues.
Vista parcial da Plenária do Evento


A reduzida quantidade de moradias construídas sob regime de mutirão autogestionário até agora no DF (apenas no Riacho Fundo II), é uma mostra do poderio das empreiteiras. Nessa questão, não nos furtamos de olhar pra dentro e ver os problemas acerca da organização atual dos movimentos de moradia em geral no que tange à realização dos mutirões de construção, e inclusive, dizemos autocriticamente, dos filiados à CMP. De maneira que vamos unir a organização e mobilização dos moradores na fiscalização à efetivação do projeto global do Paranoá Parque (e demais empreendimentos habitacionais do GDF),
Che em mutirão popular pra moradias em Cuba

com o aprimoramento dos movimentos já existentes e formação de novos, para operar em regime de mutirão na construção de novas unidades e na reforma das já existentes.

A linha que adotaremos será a expressa na faixa que levamos ao evento de entrega das primeiras chaves do Paranoá Parque, e que teve o reconhecimento do próprio Ministro das Cidades, que a leu ao microfone e saudou à CMP, movimentos filiados e demais presentes.

*A Vila Telebrasília, localizada no fim da Asa Sula, resistiu às tentativas de remoção e, pela coesão social e organização popular que isso gerou, acabou virando reduto de oposição ao governador Roriz.

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