CineCENTRAL: filme-"debate papo"-confraternização

Neste dia 30 de junho aconteceu a primeira edição do Cine Central, que focou o tema do meio ambiente, considerando a participação de delegação da CMP DF na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.

Relembrando, o Cine Central é uma maneira de unir cinema, (de)bate-papo, cultura e confraternização. Assim, bem acomodados em tapetes e almofadas trazidos pela companheirada e que deixaram mais aconchegante o Galpão Comunitário do Itapoã, apresentamos o clássico “Ilha das Flores”, conversamos sobre o filme, debatemos a atual forma de organização da produção e distribuição na sociedade, e avaliamos a realidade local.

No (de)bate-papo, desde um sincero “não entendi nada”, do companheiro Lael, 14 anos, integrante da Associação dos Skatistas do Paranoá e Itapoã (que, com a mesma sinceridade, ao se apresentar, afirmou que estava muito feliz de fazer parte da CMP), passando por impressões variadas sobre pontos tocados pelo filme, os presentes expressaram opiniões e dúvidas. Dúvidas foram sendo tiradas, noções foram se aprofundando, tais como : “Porque quem tem dinheiro é mais humano do que outros?”, como questionou a companheira Rosângela, do Movimento Brincante; ou “As coisas estão desfocadas, com o lucro na frente das pessoas”, da companheira Terezinha, do Teatro Comunitário. A companheira Sheila, Prefeita comunitária da quadra 378, salientou a importância de cada um sentir-se sujeito da história, e detentor de força pra, organizando-se coletivamente, mudar o seu meio.

O companheiro Zeca, coordenador do Setorial de Juventude da CMP DF, e que coordenou nossa delegação à Cúpula dos Povos, lançou o questionamento sobre se o que nos diferencia como seres humanos (polegar opositor e telencéfalo altamente desenvolvido) está realmente sendo bem utilizado.

O companheiro Raphael, do Setorial de Negros e Negras, falou da importância da dinâmica do Cine Central, que pode, muitas vezes, levar mais perguntas do que respostas à cabeça das pessoas, mas que essas perguntas serão impulso pra descobertas e conclusões futuras.

O companheiro Marcelo, da Coordenação local da CMP, reafirmou que o principal objetivo do Cine Central é organizativo: criar um ambiente para interação entre os movimentos da CMP, e desenvolver a organicidade interna exigida para que a Central possa fazer frente às suas tarefas históricas. Fez ligação do tema do filme também com as lutas que estão sendo desenvolvidas no Itapoã, como a luta pelo Banco Comunitário com moeda social, quando o dinheiro deixará de ser instrumento de dominação pra ser ferramenta de libertação; a luta pela organização dos catadores da cidade; as articulações dos grupos produtivos dentro da Economia Solidária; e todo o processo do Orçamento Participativo, em que, além de defender a realização das prioridades eleitas em plenárias, deverá haver todo um debate sobre os rumos do Itapoã e do Paranoá.

O camarada Afonso Magalhães, destacado para uma fala que integrasse a experiência na Cúpula dos Povos com a luta da CMP pela superação do capitalismo, saudou os presentes e parabenizou a delegação que foi ao Rio de Janeiro. Explicou que a CMP tem uma função histórica de dar resposta a necessidade dos movimentos se integrarem e elevarem suas lutas a bandeiras globais e comuns, e completou dizendo que os desafios que estão colocados desde 2002 aos movimentos populares são novos em relação aos que a CMP enfrentava quando de seu surgimento, em 1993, no que se chamou de “década neoliberal”.Reafirmou a importância da organização das massas nas cidades, pois é aí onde mora a maior parte do povo brasileiro, e são as cidades que concentram a maior parte do capital que circula no país.

Ao final, assistimos a apresentação gravada de peça do Teatro Comunitário da Rosa, outro movimento filiado à CMP, ao mesmo tempo que rolava a confraternização com os aguardados comes-e-bebes.

Entoando a palavra de ordem “Central é pra lutar, construindo e articulando o movimento popular!”, finalizamos a seção saudando o sucesso da participação da delegação da CMP DF na Cúpula dos Povos, bem como o esforço conjunto da companheirada pra organizar esta primeira edição do Cine Central.