quinta-feira, 5 de julho de 2012

Está Decidido: Paranoá diz SIM À CICLOVIA!


Com esta nota, tentamos fazer frente às mentiras deslavadas publicadas em jornalecos que circulam pela cidade e no DF, de pessoas para as quais, como dizemos mais abaixo, democracia só vale quando eles ganham. A posse de meios de comunicação pelas elites não é surpresa. Assim, repete-se em nivel local e regional o que nacionalmente costuma acontecer: veículos de comunicação, que, por sua função esperada, deveriam informar, simplesmente mentem e caluniam, sem a menor preocupação com a veracidade ou compromisso jornalístico. A seguir, a verdade!
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No último dia 12 de junho, em Audiência Pública organizada pela Câmara Legislativa, a comunidade do Paranoá, representada por quase 400 pessoas que lotaram o auditório da Administração Regional, aprovou por esmagadora maioria a construção da ciclovia na Avenida Comercial.
O rotundo SIM À CICLOVIA, frente ao NÃO, partiu não só de uma plenária numerosa, como também muito representativa dos fatores ativos que fazem a vida da cidade: movimentos populares, associações, educadores populares e educandos, pioneiros e pioneiras do Paranoá, e comerciantes.
De Fundo: Direita X Esquerda
Este tema expressa, na cidade do Paranoá e região, de fundo, uma disputa não pelo local ou forma como a ciclovia deva ser construída, mas sim a luta de classes entre os setores derrotados nas eleições de 2010 e o governo eleito do DF, apoiado pelos movimentos populares. De fundo, não admitem que um sindicalista de esquerda administre o Paranoá; não admitem o processo que vem acontecendo de empoderamento dos setores da sociedade que, nos governos anteriores, no máximo eram tratados numa relação clientelista de toma-lá-dá-cá que vicia e impede a organização autônoma da comunidade.
Logo no começo da audiência, uma desvairada “liderança” da cidade, ligada ao rorizismo, tentou arrancar o microfone da mão do administrador, Garibel, que o impediu e explicou que haveria espaço pra todos falarem, no formato da Audiência Pública, que era de 5 falas a favor e 5 falas contrárias à ciclovia.
Como a maioria esmagadora da plenária dava mostras claras de ser favorável à ciclovia, o setor contrário, ao invés de encarar o debate, armou uma estratégia, que vamos tentar descrever aqui, como forma de aprendizado e prevenção.
Os fatores ativos e organizados que defendiam posição contra ou a favor da ciclovia eram os seguintes: CONTRA – deputada distrital Eliana Pedrosa (ex-DEM e agora PSD), deputado distrital Dr. Michel (PSL), direção da Associação Comercial e Industrial do Paranoá; A FAVOR –movimentos populares da cidade, dentre os quais a Central de Movimentos Populares, o Movimento de HipHop do Paranoá (MH2P), a Associação dos Skatistas do Paranoá e Itapoã (ASKAP), Arte e Cultura no Beco, Prefeituras Comunitárias e o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (CEDEP). Importante registrar que havia, sim, moradores não-comerciantes contrários, mas pouquíssimos, assim como havia comerciantes favoráveis à ciclovia, e outros, principalmente, ainda que contrários à ciclovia, mas não afinados com a estratégia fanfarrona da direção da ACIP que descrevemos a seguir.
Isolado, o setor contrário à ciclovia, basicamente a direção da ACIP, logo na primeira fala, após as explanações da mesa, retirou-se, afirmando que a audiência não era legítima pois era “90% governo”. Para chegar a essa firula retórica, o presidente da ACIP aproveitou a “deixa” (combinada) da parlamentar, desde sempre aliada à parcela rorizista dos comerciantes, que propôs que os servidores comissionados da administração presentes não tivessem o direito a voto. Tal “sugestão” foi rechaçada amplamente pela plenária, não só porque havia no máximo 10 comissionados da administração, mas também porque estes não deixam de ter direito a votar em um tema de seu interesse como moradores. Esta “sugestão”, que beira à provocação, sucedeu-se à tática inicial dela de mostrar-se “democrática”, propondo ao administrador que fosse feita um plebiscito popular sobre o tema. Proposta maliciosa, pois não há tempo hábil para organizar esta consulta, haja visto o prazo (que é de conhecimento dela) para o aceite à ciclovia ser o dia 30 de junho, do contrário os recursos retornariam aos cofres do GDF. Como o jogo não “colou”, devido à explicação do Administrador sobre os prazos, e também pela maturidade cada vez maior do povo em relação aos “politiqueiros” demagogos, tentaram esta última tentativa de jogar a plenária contra a Administração, tentando descredenciar a própria Audiência Pública, inclusive ameaçando entrar com representação no “Ministério Público”. É que pra direita, a democracia só vale quando eles ganham.
Em outra mostra de estar ultrapassada pela consciência do povo, a deputada, para valorizar o comércio local (em relação ao qual, diga-se de passagem, a CMP não tem nada contra), tentou impressionar a plenária falando que todos gostariam de conhecer Miami, nos EUA, devido ao seu comércio etc e tal... recebeu de volta fria reação de um povo que não tem mais a mente colonizada por sonhos luminosos de uma realidade fictícia, e que tem, sim, é orgulho de ser brasileiro.
A atuação do deputado Dr. Charles foi no mínimo estranha: de um início truculento, "peitando" as vaias da plenária e fazendo provocação aos presentes, passou a gritar "Viva a ciclovia!", junto com a plenária, e não se manifestou mais.
Frente ao Perigo do Arbítrio, Controle Social na Prática!
Assim que a direção da ACIP retirou-se do auditório, passaram a confabular, com a deputada, do lado de fora. Definiram então partir pra intimidação e ataque, e foi aí que aconteceu, em escala microscópica, o mais efetivo controle social que pode existir, a democracia operária! A vontade da maioria, com suas centenas de olhos e mãos por todos os lados, barram o inimigo. Quando a parlamentar tentou, arrogantemente, pegar as listas de presença, supostamente para tirar fotos, olhares e reações encorajaram mãos simples de populares, quiçá desconhecidas da maioria, que resolutamente impediram a arbitrariedade de uma “poderosa”, e não pararam nem com altiva ameaça de “prisão” vinda de assessores. A prepotência teve que se resignar e ir à mesa solicitar formalmente à direção dos trabalhos a disponibilização das listas. O administrador, na mesma hora, não só permitiu como solicitou o fornecimento de cópias, o que não impediu, mesmo assim, que a deputada reafirmasse que iria entrar no Ministério Público pra invalidar a Audiência Pública (será que o problema era mesmo o acesso às listas de presença?)
Ao fim e ao cabo, o administrador regional, Garibel, que, aliás, conduziu os trabalhos de maneira firme e democrática, dando aula pública de democracia direta, procedeu à votação, e fez questão de pedir o registro em foto e vídeo do visível contraste entre os favoráveis, ampla maioria, e os contrários à ciclovia.
Políticas Pública com participação popular é um dos nossos lemas. E para que isso siga acontecendo em relação ao tema da ciclovia (registre-se que nessa audiência e em reuniões anteriores houve sugestões de mudanças pontuais no projeto, partindo da comunidade, que foram acatadas pela administração), a CMP seguirá acompanhando e fiscalizando o caminhar desta obra tão importante pra região do Paranoá/Itapoã.

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