Com esta nota, tentamos fazer frente às mentiras deslavadas publicadas
em jornalecos que circulam pela cidade e no DF, de pessoas para as quais, como
dizemos mais abaixo, democracia só vale quando eles ganham. A posse de meios de comunicação pelas elites não é surpresa. Assim, repete-se em nivel local e regional o que nacionalmente costuma acontecer: veículos de comunicação, que, por sua função esperada, deveriam informar, simplesmente mentem e caluniam, sem a menor preocupação com a veracidade ou compromisso jornalístico. A seguir, a verdade!
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No último dia 12 de junho, em Audiência Pública organizada pela Câmara
Legislativa, a comunidade do Paranoá, representada por quase 400 pessoas que
lotaram o auditório da Administração Regional, aprovou por esmagadora maioria a
construção da ciclovia na Avenida Comercial.
O rotundo SIM À CICLOVIA, frente ao NÃO, partiu não só de uma plenária
numerosa, como também muito representativa dos fatores ativos que fazem a vida
da cidade: movimentos populares, associações, educadores populares e educandos,
pioneiros e pioneiras do Paranoá, e comerciantes.
De Fundo: Direita X
Esquerda
Este tema expressa, na cidade do Paranoá e região, de fundo, uma disputa
não pelo local ou forma como a ciclovia deva ser construída, mas sim a luta de
classes entre os setores derrotados nas eleições de 2010 e o governo eleito do
DF, apoiado pelos movimentos populares. De fundo, não admitem que um
sindicalista de esquerda administre o Paranoá; não admitem o processo que vem
acontecendo de empoderamento dos setores da sociedade que, nos governos
anteriores, no máximo eram tratados numa relação clientelista de toma-lá-dá-cá
que vicia e impede a organização autônoma da comunidade.
Logo no começo da audiência, uma desvairada “liderança” da cidade,
ligada ao rorizismo, tentou arrancar o microfone da mão do administrador,
Garibel, que o impediu e explicou que haveria espaço pra todos falarem, no
formato da Audiência Pública, que era de 5 falas a favor e 5 falas contrárias à
ciclovia.
Como a maioria esmagadora da plenária dava mostras claras de ser
favorável à ciclovia, o setor contrário, ao invés de encarar o debate, armou
uma estratégia, que vamos tentar descrever aqui, como forma de aprendizado e
prevenção.
Os fatores ativos e organizados que defendiam posição contra ou a favor
da ciclovia eram os seguintes: CONTRA – deputada distrital Eliana Pedrosa
(ex-DEM e agora PSD), deputado distrital Dr. Michel (PSL), direção da
Associação Comercial e Industrial do Paranoá; A FAVOR –movimentos populares da cidade,
dentre os quais a Central de Movimentos Populares, o Movimento de HipHop do
Paranoá (MH2P), a Associação dos Skatistas do Paranoá e Itapoã (ASKAP), Arte e
Cultura no Beco, Prefeituras Comunitárias e o Centro de Cultura e
Desenvolvimento do Paranoá (CEDEP). Importante registrar que havia, sim,
moradores não-comerciantes contrários, mas pouquíssimos, assim como havia
comerciantes favoráveis à ciclovia, e outros, principalmente, ainda que
contrários à ciclovia, mas não afinados com a estratégia fanfarrona da direção
da ACIP que descrevemos a seguir.
Isolado, o setor contrário à ciclovia, basicamente a direção da ACIP,
logo na primeira fala, após as explanações da mesa, retirou-se, afirmando que a
audiência não era legítima pois era “90% governo”. Para chegar a essa firula
retórica, o presidente da ACIP aproveitou a “deixa” (combinada) da parlamentar,
desde sempre aliada à parcela rorizista dos comerciantes, que propôs que os
servidores comissionados da administração presentes não tivessem o direito a voto.
Tal “sugestão” foi rechaçada amplamente pela plenária, não só porque havia no
máximo 10 comissionados da administração, mas também porque estes não deixam de
ter direito a votar em um tema de seu interesse como moradores. Esta
“sugestão”, que beira à provocação, sucedeu-se à tática inicial dela de
mostrar-se “democrática”, propondo ao administrador que fosse feita um
plebiscito popular sobre o tema. Proposta maliciosa, pois não há tempo hábil
para organizar esta consulta, haja visto o prazo (que é de conhecimento dela)
para o aceite à ciclovia ser o dia 30 de junho, do contrário os recursos
retornariam aos cofres do GDF. Como o jogo não “colou”, devido à explicação do
Administrador sobre os prazos, e também pela maturidade cada vez maior do povo
em relação aos “politiqueiros” demagogos, tentaram esta última tentativa de
jogar a plenária contra a Administração, tentando descredenciar a própria
Audiência Pública, inclusive ameaçando entrar com representação no “Ministério
Público”. É que pra direita, a democracia só vale quando eles ganham.
Em outra mostra de estar ultrapassada pela consciência do povo, a
deputada, para valorizar o comércio local (em relação ao qual, diga-se de
passagem, a CMP não tem nada contra), tentou impressionar a plenária falando
que todos gostariam de conhecer Miami, nos EUA, devido ao seu comércio etc e
tal... recebeu de volta fria reação de um povo que não tem mais a mente
colonizada por sonhos luminosos de uma realidade fictícia, e que tem, sim, é
orgulho de ser brasileiro.
A atuação do deputado Dr. Charles foi no mínimo estranha: de um início
truculento, "peitando" as vaias da plenária e fazendo provocação aos
presentes, passou a gritar "Viva a ciclovia!", junto com a plenária,
e não se manifestou mais.
Frente ao Perigo do
Arbítrio, Controle Social na Prática!
Assim que a direção da ACIP retirou-se do auditório, passaram a
confabular, com a deputada, do lado de fora. Definiram então partir pra
intimidação e ataque, e foi aí que aconteceu, em escala microscópica, o mais
efetivo controle social que pode existir, a democracia operária! A vontade da
maioria, com suas centenas de olhos e mãos por todos os lados, barram o
inimigo. Quando a parlamentar tentou, arrogantemente, pegar as listas de
presença, supostamente para tirar fotos, olhares e reações encorajaram mãos
simples de populares, quiçá desconhecidas da maioria, que resolutamente
impediram a arbitrariedade de uma “poderosa”, e não pararam nem com altiva
ameaça de “prisão” vinda de assessores. A prepotência teve que se resignar e ir
à mesa solicitar formalmente à direção dos trabalhos a disponibilização das
listas. O administrador, na mesma hora, não só permitiu como solicitou o
fornecimento de cópias, o que não impediu, mesmo assim, que a deputada
reafirmasse que iria entrar no Ministério Público pra invalidar a Audiência
Pública (será que o problema era mesmo o acesso às listas de presença?)
Ao fim e ao cabo, o administrador regional, Garibel, que, aliás,
conduziu os trabalhos de maneira firme e democrática, dando aula pública de democracia
direta, procedeu à votação, e fez questão de pedir o registro em foto e vídeo
do visível contraste entre os favoráveis, ampla maioria, e os contrários à
ciclovia.
Políticas Pública com participação popular é um dos nossos lemas. E para
que isso siga acontecendo em relação ao tema da ciclovia (registre-se que nessa
audiência e em reuniões anteriores houve sugestões de mudanças pontuais no
projeto, partindo da comunidade, que foram acatadas pela administração), a CMP
seguirá acompanhando e fiscalizando o caminhar desta obra tão importante pra
região do Paranoá/Itapoã.
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