No dia 29 de agosto, à noitinha, a casa do Edmilson e da
Rose, da quadra 318 do Itapoã, recebeu vizinhos para conversar sobre o Banco
Itapoã. Foi mais uma edição da reunião por quadra.
Após a apresentação geral da ideia e de breve filme, o
senhor Mauro foi logo perguntando: “Mas
como é que funciona mesmo esse banco?”. A indagação abriu a participação
dos mais de dez presentes, que tiraram as dúvidas e, porque não, as
desconfianças, em relação a esse tal de “banco
sem banqueiro”.
Do lado de fora, comerciantes vizinhos: um olho na reunião, outro nos comércios. |
Explicou-se que o Banco Comunitário é dos moradores, e tem
como centro das preocupações o desenvolvimento integral da comunidade. É mais
que só desenvolvimento econômico, é também social, cultural e ambiental. É
gente no centro, e não o lucro!
Tanto que pra esse banco não importa nome no SERASA ou no
SPC: o que define se a pessoa que pede o empréstimo vai conseguir é o que a
vizinhança sabe sobre a seriedade dela.
“E essa moeda social,
Atitude, é como se fosse um cupom?” perguntou Joselino. Isso mesmo! Vai
circular só no Itapoã, e vai servir pra incentivar os moradores comprarem na
cidade, recebendo desconto nos pagamentos com Atitude.
Neste ponto, os vizinhos Sérgio e Manoel, do
mercado e da padaria próximos, puderam compreender a “mágica” de dar desconto e
mesmo assim aumentar o ganho no final do mês: aumento de fluxo de vendas!
Atualmente muitos compram fora da cidade. Com a Atitude e os descontos, porque
não comprar aqui?
A base de funcionamento do Banco Itapoã é o Fórum de
Desenvolvimento Comunitário. Pra entender o significado do termo, cada um foi indagado
sobre o que entendia de “fórum”, de “desenvolvimento” e de “comunitário”. Aí a
dona Maria Emília e o seo Pedro Luiz, assim como a Débora, quietinhos até o
momento, participaram. Ficou claro então que é nesse espaço que os moradores
definirão a política de crédito e de juros, ou seja, as linhas de empréstimo, as condições de liberação,
devolução e taxas, bem como todas as outras atividades e
parcerias que o Banco Itapoã tocará para um desenvolvimento comunitário “com a
cara e a voz dos moradores do Itapoã”.
Vizinhos de todas as idades participaram da reunião |
E o Banco é pra ficar, daí que as novas gerações, como o
estudante Dannipher, presente e atento à reunião, devem se sentir parte também.
Esse Banco não é coisa de doutor. É pra todo aquele morador(a) que quiser
crescer junto com a comunidade.
Ao final, comes-e-bebes rolando, realizou-se o já consagrado
“bolãozinho comunitário”, em que cada presente à reunião contribuiu com R$ 0,50,
cujo montante é sorteado entre os presentes, de maneira que o ganhador fica com
40% do prêmio (o restante vai para o fundo financeiro do próprio banco). Com o total de R$ 7,60 arrecadado, a ganhadora do prêmio, Nelma, ficou com a quantia de R$ 3,05, e já entrando no clima do desenvolvimento comunitário, doou os 5 centavos para o
banco.
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